Os filões no PNPG
As fracturas nas rochas ígneas podem ser local de circulação e instalação de magmas e soluções aquosas quentes, com consequente cristalização/precipitação de minerais de composição química variada. O preenchimento das fracturas gera corpos mais ou menos tabulares, com espessuras que poderão ser da ordem de milímetros ou centímetros (formando filonetes) até muitos metros (filões).
FILÕES DE QUARTZO
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Nas fracturas podem circular soluções aquosas quentes (fluidos hidrotermais), de origem magmática ou outra, permitindo a precipitação de minerais que, assim, constituem os chamados filões hidrotermais. Estes são, em geral, consideravelmente mais longos que espessos (tipicamente, 100 a 1000 vezes). A circulação de fluídos enriquecidos em sílica permite a formação de filões e filonetes de quartzo, de ocorrência frequente na área do PNPG (como os da fotografia da direita), sobretudo no granito de Gerês. Eles encontram-se, por vezes, a preencher zonas de falha. O movimento ao longo da falha provoca esmagamento do material silicioso, dando-lhe, dessa forma, um aspecto de brecha. Ao quartzo associam-se, por vezes, óxidos de ferro ou sulfuretos disseminados.
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FILÕES E MASSAS DE PEGMATITOS, APLITOS E APLITO-PEGMATITOS
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Os filões e massas de aplitos e pegmatitos representam a porção mais hidratada e de cristalização mais tardia de um magma. Nos últimos estádios da cristalização magmática os magmas residuais são enriquecidos em voláteis tais como água, flúor e boro. Podem ainda conter outros elementos químicos que não entraram na estrutura dos minerais já formados e que, por isso, se concentraram neste magma residual, tais como Be e Sn, entre muitos outros. Como resultado disso, a partir do magma residual podem cristalizar minerais raros em que estes elementos são constituintes essenciais, tais como berilo (silicato de alumínio e berílio), cassiterite (óxido de estanho), topázio (silicato de alumínio e flúor) e turmalina (silicato complexo com boro, ferro e sódio). Os pegmatitos e aplitos têm composições muito diversas, mas a maioria tem composição granítica, com quartzo, feldpato potássico e albite, designando-se então de pegmatitos graníticos. É o caso dos pegmatitos e aplitos que ocorrem na área do Parque (ilustrado na fotografia da direita).
Num mesmo filão pode co-existir preenchimento aplítico e pegmatítico, com a porção pegmatítica na zona central e uma zona aplítica na periferia ou vice-versa.
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FILÕES DE ROCHAS BÁSICAS
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Magmas de composição básica também preenchem, frequentemente, fracturas nas rochas graníticas, originando filões com uma coloração escura que é devida à abundância de minerais ferromagnesianos (como piroxena, anfíbola, biotite, etc). A sua textura é claramente mais fina do que a de rochas ígneas plutónicas, como os granitos. Tal deve-se ao facto da sua cristalização, embora tendo lugar em profundidade, ser mais rápida do que nos granitos. Na verdade, os magmas de natureza básica, ao arrefecerem, iniciam a sua cristalização a temperaturas mais elevadas do que os magmas graníticos e, além disso, se intruirem fracturas da parte superior da crusta tendem a arrefecer mais rapidamente devido ao contraste térmico com as rochas encaixantes.
Devido à sua composição rica em minerais ferromagnesianos, estas rochas são facilmente meteorizadas, pois tais minerais são mais susceptíveis à alteração do que o quartzo e o feldspato potássico. Será, por essa razão, de prever que um filão de rocha básica se apresente mais alterado do que a rocha granítica envolvente. Esta transformação é bem visível nos filões de rocha básica que ocorrem na área do Parque, intensamente alterados para uma massa argilosa de cor castanha (fotografia da direita).
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